domingo, 16 de janeiro de 2011

O melhor da humanidade está por vir …

SingularityUniversityPatrocinada pelo Google e pela NASA, a Singularity University realizará seu primeiro curso fora dos EUA. Mais precisamente, em São Paulo!

Confesso que, ao ouvir a frase “O melhor da humanidade ainda está por vir”, dita por Rodrigo Furlan, analista financeiro e aluno da Singularity University, fui pego de surpresa. Da limitada perspectiva de onde me encontro, acabo deduzindo que a humanidade não caminha para seu melhor. Portanto, ao ouvir uma idéia que contradiz totalmente o que estou vendo, acho melhor parar e prestar atenção.

A Singularity University é um projeto futurístico de universidade, onde, entre os professores, estão astronautas, biotecnólgos, especialistas em nanotecnologia e robótica. O objetivo, muito resumidamente, é buscar soluções inovadoras para problemas sérios, como a mudança climática, a fome e a democratização do conhecimento.

Soluções inovadoras são mesmo mais que necessárias. Ainda enfrentamos problemas básicos para solucionar a demanda por necessidades básicas, tais como habitação, vestuário, alimentação e trabalho, as quais são responsáveis pela imensa maioria de nossos problemas no dia-a-dia.

Há centenas de anos vivemos correndo atrás do rabo. Estamos correndo, cada vez mais,  atrás dos mesmos problemas. E quanto mais fazemos isso mais problemas geramos. É claro. Um amigo me disse uma vez: os problemas não podem ser solucionados pela mesma mentalidade que os gerou.

Democratização do conhecimento, assim como as soluções inovadoras, é urgente! Nossa espécie precisa mudar sua maneira de agir no ecossistema onde vive. Não é mais aceitável que o conhecimento pertença a uma minoria e que a maioria não queira saber de nada, deixando para a minoria entender como as coisas são. A maioria burra, que só se importa com comer, beber e se emocionar, não tem mais espaço no futuro. Todos precisam subir de patamar e partilhar o conhecimento num nível muito semelhante.

Por essas razões resolvi chamar a atenção dos poucos leitores que passam por este blog para o projeto do Google eda NASA, pois ao meu ver, tem objetivos bem condizentes com a necessidade do planeta. A seguir destaco algumas informações e curiosidades mais específicas sobre a Singularity University.

Não há livros. O conteúdo das aulas é criando constantemente. O foco do ensino está totalmente no futuro, olhando e pensando periodicamente em que direção o mundo está indo.

A tecnologia se duplica a cada 18 a 30 meses. Um resultado muito impactante. O potencial ascendente da tecnologia é muito grande. Só que a maioria das pessoas pensam hoje de forma linear, enquanto a tecnologia é exponencial, criando um enorme vácuo. Os alunos são ensinados a pensar sobre isso.

TheSingularityUniversityIsNearSegundo um de seus fundadores, Ray Kurzweil, autor do livro The Singularity is Near,  a singularidade será o momento em que homem e máquina irão praticamente se fundir.

Ainda de acordo com Kurzweil, os saltos exponenciais existem muito antes do surgimento da humanidade. Ele destaca seis épocas onde ocorreram transformações determinantes:

1a Época: Surgimento das primeiras estruturas atômicas, baseadas nas leis da química e da física;

2a Época: Formação do DNA, onde as informações genéticas passaram a ser organizadas e replicadas;

3a Época: Surgimento do cérebro, onde as informações se tornaram mais complexas e o modelo mental passou a moldar o mundo;

4a Época: A quarta época seria a atual, começando com o aparecimento das máquinas, onde a tecnologia acelera a transformação do homem e da natureza;

5a Época: Singularidade. A fusão entre homem e máquina permitirá que a inteligência e a criatividade humana ultrapassem os limites do cérebro;

6a Época: Quando os padrões de energia e matéria serão substituídos por uma espécie de inteligência universal.

A Singularity University considera o Brasil um país importante para seus cursos. E o motivo é curioso e lamentavelmente verdadeiro. A população no Brasil é imensa. Se analisados os problemas que o país enfrenta (desmatamento, água potável, pobreza, saúde pública, educação), trata-se de um microcosmo perfeito dos problemas globais. Resolvendo-os no Brasil, os mesmos podem ser resolvidos em qualquer outro lugar.

Fica aqui a sugestão da reportagem completa no site da Globo News, programa Espaço Aberto Ciência e Tecnologia, onde será possível ao leitor conhecer o projeto de forma mais ampla e precisa.

Em meio a tantos desastres naturais e tantas mortes que poderiam ser evitadas caso nosso país não vivenciasse há anos uma mentalidade política e administrativa burra e inerte, Google e NASA estão com seus olhos anos-luz à nossa frente, talvez criando a possibilidade real da existência de vida inteligente no planeta Terra.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Big Bang Divino

BigBangA mente de Deus esteve por trás de teorias científicas complexas como a do Big Bang, e os cristãos devem rejeitar a ideia de que o Universo tenha surgido por acaso. O Universo não é fruto do acaso, como alguns querem que acreditemos. Contemplando (o Universo), somos convidados a enxergar algo profundo nele: a sabedoria do Criador, a criatividade inesgotável de Deus. Algumas teorias científicas são "mentalmente limitadoras" porque "chegam apenas até certo ponto (...) e não conseguem explicar a realidade última (...)

No último dia 06, “Dia de Reis” (ainda sobre os reis magos, sugiro a leitura do post Natal - Um pouco mais sobre os magos... ), o Papa Bento XVI disse a 10 mil fiéis, na basílica de São Pedro, que Deus é o responsável pelo Big Bang, conforme suas palavras destacadas acima.

Podemos colocar as coisas em seus devidos lugares? Creio que sim. Para isso vamos analisar por partes as palavras de Bento XVI.

A mente de Deus esteve por trás de teorias científicas complexas como a do Big Bang (...)

Eu diria que, apesar das evidências a respeito do Big Bang, o Papa, ou a Igreja, ambos talvez tenham se precipitado. Me pareceu um ato meio “desesperado”, onde ambos tenham se arriscado desnecessariamente.

A ciência é incompleta e inacabada por natureza e está sempre revendo a si mesma. Sabemos muito pouco sobre o Big Bang, apesar de já termos avançado muito. Ao meu ver, existe uma enorme probabilidade de ainda mudarmos nossa visão sobre a relação entre a origem do universo e o Big Bang, apesar de ser muito improvável que ambas as coisas se desvinculem.

Ao atribuir a Deus a teoria do Big Bang, e, ao fazê-lo tão rapidamente, a Igreja pode vir a se arrepender. Um risco desnecessário., visto que a Igreja não deveria estar se preocupando com as últimas descobertas científicas. Não é o papel dela. Não é pra isso que as pessoas se filiam a ela.

(…) os cristãos devem rejeitar a ideia de que o Universo tenha surgido por acaso.

Particularmente duvido muito que os cristãos estejam se preocupando com a origem do universo. Em relação ao que buscam os fiéis, que importa o que houve há 13,7 bilhões de anos? Que importa por que o universo teria sido criado? Os fiéis de hoje em dia são, em sua grande maioria, muito práticos. O que importa é o que foi prometido a eles em vida, e, principalmente, após a morte, ao terem se tornado cristãos.

O Universo não é fruto do acaso, como alguns querem que acreditemos.

Se a ciência acreditasse em acaso ela simplesmente não existira. É justamente o contrário. A ciência investiga precisamente motivada pelo fato de que tudo teve, tem e terá suas causas. Se não fosse assim nem mesmo os conceitos de aprendizado e conhecimento seriam possíveis.

Os pesquisadores do CERN, em Genebra, ao estudar, entre outras coisas, propriedades mais específicas a respeito do Big Bang,, não reuniram pesquisadores de vários países com o intuito de divulgar a idéia de que o universo surgiu por acaso. Eles realmente não se importam com o que acreditamos sobre isso. O intuito é conseguir descrever o funcionamento das coisas, as leis de causa e efeito. E, sobre o Big Bang, não seria diferente.

FilamentosContemplando (o Universo), somos convidados a enxergar algo profundo nele: a sabedoria do Criador, a criatividade inesgotável de Deus.

De fato, ao contemplar o universo, é praticamente impossível não pensarmos sobre Deus. São inúmeras as questões sobre isso. A função do Papa é vincular a Deus tudo o que podemos contemplar. Nós, pessoas comuns, livres pensadores, não podemos negar esse vínculo entre o universo visível e um Deus criador. Não temos evidência alguma que negue essa natureza do universo.

Mas o inverso é verdadeiro. Não temos qualquer evidência de que esse vínculo exista. Dessa forma, é um prazer conseguir conviver muito bem com a dúvida e continuar observando e perguntando, ao invés de precisar de certezas e atribuir a um ser sobrenatural todas as perguntas as quais ainda não sabemos as respostas.

Agora, uma pequena curiosidade. Bento XVI afirmou que, ao contemplarmos o universo, enxergamos a criatividade inesgotável de Deus. Bem, talvez ele tenha se esquecido do enigma da energia escura, a qual, ao que parece, vai acabar de vez com a tal inesgotabilidade criativa de Deus.

Algumas teorias científicas são "mentalmente limitadoras" porque "chegam apenas até certo ponto (...) e não conseguem explicar a realidade última (...)

Mais uma vez sou obrigado a concordar com Bento XVI sobre isso. Mas permita-me uma correção: não são apenas algumas teorias científicas que são limitadas. São todas elas! Volto a dizer: a ciência é uma prática, uma atitude, cujas ferramentas de pesquisa, assim como seus resultados, serão sempre limitadas e incompletas, visto que, nós, a raça humana, aquelas que fazem a ciência acontecer na prática, mesmo que possamos evoluir para sempre, sempre seremos limitados frente à proporção e complexidade do universo em que vivemos e desejamos conhecer.

Fico pensando se, ao fazer essa afirmação lógica sobre a ciência, Bento XVI estaria tentando dizer que ele, ou a Igreja, tem a tal explicação para a realidade última. Mas, se tem, por que então teriam atribuído a Deus uma teoria tão limitada como o Big Bang? Minha mente naturalmente limitada não é capaz de compreender tais contradições divinas.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Desejo de Ano Novo

Homem_VelhoO homem velho está sentado em meio às trevas, pensando nas suas amantes agora já mortas…

A noite havia caído, tão rápida, um pouco mais a cada dia…

Uma estrela pisca na distância, um outro mundo, tão distante. Será que ainda existe?

Ninguém sabe.

Vemos tão pouco. Sabemos tão pouco.

Será que elas ainda me amam? Ou será que viraram poeira, feito as estrelas?

E eu? Virarei anjo ou poeira?

Durante sua vida, buscou por certezas, por respostas aos grandes enigmas.

Primeiro, tentou a fé.

Depois, o conhecimento.

Com o passar do tempo, descobriu que não existem respostas simples, que não existe uma explicação final, coerente.

Entendeu que não existe um plano para a Criação.

Lutou contra isso, sem querer aceitar que o que podemos conhecer é limitado, que nunca saberemos tudo.

Sentiu-se pequeno e inútil.

Se não posso compreender o mundo, quem sou eu?

Sofreu durante muito tempo. Não sabia como abraçar a simplicidade do não saber.

Aos poucos, as coisas começaram a mudar.

A direção que antes levava a nada virou uma nova estrada.

Era bom não ser parte de um plano para o mundo. Pela primeira vez, o homem velho sentiu-se livre.

Podia sempre continuar a perguntar e a aprender sobre o mundo e sobre a si próprio.

Podia sempre amar e esperar que fosse amado.

Estar vivo e ser lembrado é o que importa.

Uma coruja piou na distância.

O homem velho sorriu e pegou o telefone. Para quem ligaria?


Bibliografia:

GLEISER, Marcelo. Criação Imperfeita.: Medo das Trevas II


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Uma estória de natal

luz_montanha

Ano 30, em algum lugar do jardim situado ao pé do Monte das Oliveiras, no vale do Cédron, em meio à madrugada…

Jesus, experiente teórico e praticante de filosofias orientais, aproveita o sono da maioria e afasta-se um pouco dos grupos que o acompanham para uma de suas habituais meditações.

Poucos minutos se passam e uma sensação composta de medo e alerta  tira Jesus de seu estado meditativo. Os animais silenciam. O vento cessa. Gradualmente Jesus é inundado por uma claridade sem origem perceptível. Apesar do inevitável temor, Jesus já relativamente familiarizado com tudo aquilo, consegue se acalmar e simplesmente aguarda.

“Saudações Emmanuel”…

Jesus, ajoelhado, em sinal de respeito e reverência ao dono daquela “voz”, simplesmente faz um leve movimento com a cabeça.

O “gigante”, velho conhecido de Jesus, direciona seu olhar quase felino para os olhos de Jesus e prossegue…

“Nada no universo é capaz de escapar de esquivar-se da relação de causa e efeito. Você, ao saber disso, sabe também que suas provocações em breve o alcançarão tão ou mais intensamente que o teor das mesmas”.

Jesus, expressando muita seriedade, voltou a consentir em silêncio.

“Estivemos observando o plano de alguns de seus companheiros e aliados. Apesar de apresentar um altíssimo grau de risco, concluímos que existe margem para que funcione e, portanto, talvez você sobreviva. Na medida do possível, tentaremos ajudá-los”.

Jesus desta vez rompe o silêncio e responde:

“Se eu sobreviver, quando me recuperar, terei que voltar ao oriente. Não sei se voltarei a vê-los nesta condição. Portanto, aproveito para expressar minha gratidão a todos vocês por terem estado presente até este momento”.

Coube ao “gigante” um gesto silencioso de profundo respeito para com Jesus. Mas logo o silêncio é rompido novamente…

“Emmanuel, o plano de seus companheiros foi cuidadosamente formulado de modo com que você venha a sobreviver. Uma vez bem sucedido, é possível que alguns fatos futuros se concretizem como consequência do sucesso desse plano. Fatos esses que estarão fora do alcance de nosso controle e que terão um impacto jamais imaginado por você na sua condição atual”.

“Concluímos ser de extrema importância informá-lo a respeito de tais fatos para que você possa refletir e analisar se realmente deseja levar o plano adiante. Mas caberá a você decidir se deseja ou não conhecer tais fatos”.

Jesus hesita e fica em silêncio por alguns minutos. O que o “gigante” quis dizer com “impacto jamais imaginado”? Parecia importante demais para Jesus ignorar. E, desta forma, e um pouco receoso, Jesus decide conhecer tais fatos…

“O principal fato responsável pelos eventos futuros será a sua sobrevivência ao que está por vir. Apesar de você não ter sido o primeiro a sobreviver a uma sentença de morte romana, suas palavras e atitudes em meio às pessoas comuns, ganharam peso para as autoridades locais e isso é um diferencial perante os sobreviventes anteriores”.

“Apesar de você sempre ter dito a ela, a seus irmãos e aos seus companheiros mais próximos que você não era o messias libertador das profecias, a maioria deles não desistirão dessa idéia tão facilmente e este fato, aliado aos anteriores, também será decisivo para que a futura criação de um personagem impactante”.

“Parte dos diferentes grupos que o acompanham será procurada e, em nome da sobrevivência, acabarão formando novos grupos que, com o tempo, passarão a gerar novas crenças e filosofias, inevitavelmente fundindo seus paradigmas culturais e religiosos com atitudes, gestos e palavras, pouco ou nada compreendidas, as quais testemunharam durante o tempo em que o acompanharam, Inclusive, sua sobrevivência à pena de morte romana passa a ser chamada de ressureição. Você teria de fato morrido e voltado do mundo dos mortos”.

“Vários desses grupos, isolados, com dificuldades de auto-sustentação, passarão a tomar todos os bens materiais de seus adeptos, justificando tal atitude ao anunciar que não precisarão de mais nada deste mundo, visto que logo você retornará para guiá-los novamente ao reino de seu pai.”

“Com a não concretização de seu retorno, o descontrole se torna inevitável. Em função disso surgem as primeiras hierarquias dentro desses grupos, vindo a ser os primeiros passos de geração de poder, ao mesmo tempo que esse poder estará cada vez mais vinculado à sua representação”.

“Tais grupos se dividem e se espalham cada vez mais, diversificando ainda mais crenças, pensamentos e filosofias que justifiquem suas existências. Neste ponto, apesar de tentativas futuras, o controle passa ser impossível.”

“Após vários anos de sua suposta ressureição, um dos perseguidores desses grupos, em meio a uma crise pessoal, muda sua postura, dizendo a todos que você apareceu a ele pedindo que passasse a ser seu discípulo e que levasse sua palavra a todos, sem exceção. Esse homem, devido à sua condição intelectual diferenciada, e à sua formação grega e judaica, tem uma nova idéia. Ele resolve vincular você a um velho personagem grego denominado Crestus. Tal personagem era ungido com o espírito de um ser superior único e magnânimo, criador de tudo o que existe. A partir desse momento você passa a ser o Crestus, ou o Cristo, um ser humano que recebeu o espírito de Deus. Um deus encarnado”.

“Enquanto um deus encarnado, sua morte passa a ter um propósito. Afinal, as pessoas perguntariam por que um deus teria se feito homem. Cristo daria sua vida, por amor, para livrar todos os homens de seus pecados. E você, tendo desaparecido, ou subido aos céus, continuaria a livrar os homens de seus pecados, desde que esses homens prometessem lealdade a você. Essa fórmula seria derradeira e devastadora no intuito de conseguir novos adeptos por parte do homem que o transformou em Cristo. Ela seria responsável pela criação de uma nova religião, que viria a se espalhar por uma grande parte do planeta: o Cristianismo”.

“Mesmo você jamais tendo registrado qualquer uma de suas palavras, uma infinidade de palavras são atribuídas a você. O que você teria dito e feito se tornariam palavras agrupadas em muitos livros e depois selecionadas de forma a servirem de método de controle e de eliminação de grupos cristãos distintos. A igreja, entidade centralizadora do Cristianismo, passa a usar suas supostas palavras para eliminar quem não as aceita”.

“Você se tornará o próprio Deus. E muitíssimas batalhas serão travadas em seu nome. Nenhuma guerra jamais superaria tantas mortes quanto as causadas em seu nome. Todos os que virrão a se enfrentar morrerão convictos que estarão matando para você e também de que você os acolherá após suas mortes no reino dos céus para que possam viver para sempre”.

Nesse momento o corpo de Jesus reage de forma intensa. O estresse chega a níveis muito acima do suportado normalmente por um ser humano. E seus poros e glândulas sudoríferas são inundados por sangue.

O “gigante” se aproxima ainda mais de Jesus e passa a acalmá-lo gradualmente. Jesus logo deixa de suar sangue. O “gigante” aguarda pacientemente seu restabelecimento. Jesus dá o aviso que está tudo sob controle…

“Pai, obrigado. Ao menos meu corpo está bem”.

O “gigante” volta a questioná-lo…

“Emmanuel, ao saber que esses fatos podem de fato se concretizarem, você seguirá com o plano adiante”?

Jesus não demora a responder…

“Não posso suportar tal idéia. Como concordar com a morte de todas essas pessoas? Como concordar em ser um Deus? Como posso concordar na transformação de um judeu nesse tal Cristo que livra os homens de seus pecados? Eu nem mesmo sei o que é isso. Como isso tudo foi acontecer? Eu não posso concordar. Não levarei o plano adiante. Não posso sobreviver de forma alguma. Pai, obrigado por me falar sobre tais coisas. Devo avisar a meus companheiros para abandorem o plano e que estou por conta própria. Creio que não nos veremos mais. Não nesta condição…”.

Jesus então sai em direção ao grupo mais próximo. Nesse momento o “gigante” interrompe seus planos. Jesus perde a consciência por alguns instantes. Ao acordar, estranha o fato de ter dormido durante sua meditação e se levanta sem qualquer lembrança do ocorrido e sem uma gota de sangue sequer sobre sua pele. Ao se aproximar do grupo mais próximo, uma jovem lhe pergunta..

“Rabí, o que houve? Judas já retornou com os guardas? Devemos seguir com os planos?

Jesus, expressando um tom bem mais sério que o normal, acalma a jovem…

“Minha querida, por que mudaríamos os planos? Vamos seguir com o planejado e esperar que todos nós possamos sobreviver”…

domingo, 19 de dezembro de 2010

Assassinos mais que bem-vindos

plutao_caronteTodos os que puderam ir na escola aprenderam que nosso sistema solar tinha 9 planetas. Mas por acaso algum professor chegou a dizer que, antes de 2005, não havia ainda uma definição sobre o que era um planeta?

Foi devido a um achado do pesquisador do CALLTECH (Instituto de Tecnologia da Califórnia), Mike Brown, que a União Astronômica Internacional se viu forçada a estabelecer a definição de PLANETA.

O achado determinante foi a descoberta de ÉRIS, o primeiro objeto, além da órbita de Netuno, mais precisamente no CINTURÃO DE KUIPER, com dimensões maiores que as de Plutão, até então conhecido como o menor planeta de nosso sistema solar.

Com isso, em 2006, um astro morre e outro nasce. Morre Plutão, oficialmente rebaixado e nasce Mike Brown, escolhido pela revista TIME umas das 100 pessoas mais influentes daquele ano.

Plutão assassinado? Chega a ser ridícula essa dramatização por parte de alguns. Plutão apenas foi devidamente colocado em seu lugar.

Outra coisa que temos que nos perguntar: fora do meio científico, alguém realmente se preocupa com o que Plutão é de fato? Tenho quase certeza que nossos livros estudantis poderiam continuar afirmando por muitos anos que Plutão é o nono planeta do sistema solar sem qualquer incômodo por parte de nossa população.

Mas então por que estou falando sobre o rebaixamento de Plutão? Apenas porque ele foi a vítima de um bom exemplo.

Mesmo no meio científico, quando uma informação anterior é substituída por uma mais adequada à realidade, há muita resistência. Justamente onde não deveria haver nenhuma. Imagine qual a intensidade do nosso grau de resistência aqui fora do meio científico, em nossas casas, famílias, centros educacionais e organizações religiosas.

Nossa única forma de “evolução positiva” (transformação e adaptação que garanta nossa continuidade e melhoria, assim como a do planeta como um todo) está estreitamente ligada à nossa capacidade de melhorar nossa observação, percepção e compreensão da realidade (na qual estamos incluídos individual e coletivamente), de reconhecer informações, valores e conceitos falhos em relação à constatação de novos fatos e do quanto somos realmente capazes de substituí-los individual e coletivamente no meio em que vivemos.

Muitos fatores podem nos destruir. Fenômenos naturais e astronômicos de dimensões muito além da nossa capacidade de adaptação podem nos destruir a qualquer momento. Sem a flexibilidade de substituir paradigmas rigidamente estabelecidos por paradigmas flexíveis e temporais, jamais conseguiremos dar o próximo passo em relação à nossa melhoria e continuidade. Por isso o “assassinato” de Plutão é um ótimo exemplo. Quantas coisas, as quais na verdade não tem nenhum vínculo com a realidade estamos deixando de “assassinar” (substituir) em nós mesmos ou em nossa cultura apenas pela capacidade que as mesmas tem em preencher nossas carências?

Para concluir, voltando especificamente ao rebaixamento de Plutão, não devemos esquecer que ainda estamos conhecendo nosso sistema solar, a galáxia e o espaço profundo ao nosso redor. Além do sistema solar, neste momento, mesmo sem a capacidade de observá-los diretamente, conhecemos a existência de 505 objetos que definimos atualmente como PLANETAS. Ainda gatinhamos nesse sentido. Portanto, tendo em vista as incontáveis coisas estranhas e desconhecidas com as quais acredito que ainda iremos nos deparar universo à fora, tanto a definição de PLANETA como todas as demais estão seriamente ameaçadas pela verdade, desde que esta continue sendo nosso objeto de desejo e motivação.

 

domingo, 12 de dezembro de 2010

Kyoto–Morte Anunciada

Combustivel_FossilA conferência sobre mudanças climáticas em Cancún, concluída neste sábado, superou as baixas expectativas e se tornou um "sucesso surpreendente", segundo análise da revista The Economist.

Sucesso surpreendente? Podemos então ficar tranquilos e felizes? Nosso planeta está a salvo? Vamos tentar entender melhor o que a revista The Economist está tentando nos dizer.

A revista diz que os acordos não-vinculantes assinados em Cancún trazem "avanços", ainda que “modestos”. Modestos? Dispomos de tempo para modéstia quando se trata da utilização de combustíveis fósseis?

A revista também disse que classificou Cancún como um sucesso devido às baixas expectativas geradas pelo fracasso de Copenhague em 2009. Então… O que isso quer dizer?

Por fim a revista conclui dizendo que os resultados de Cancún não são nem extraordinários e nem mesmo suficiente para a redução do aquecimento global, não passando de um “início de mudança”.

Oras, afinal, como a COP-16 pode ter sido um sucesso se, na prática, não foi suficiente para redução do aquecimento global? (Clique aqui para saber quais as medidas adotadas na COP-16)

Para entendermos um pouco melhor de com o que estamos lidando, os poucos leitores deste blog podem acessar a página Protocolo de Kyoto.

Emissoes

Curiosidade…

Os países chamado “emergentes” estão isento de reduções. Estão entre eles a China, o Brasil e a Índia. E o mais curioso: a China atualmente se tornou o maior poluidor mundial. Alguém por favor me explique: Como pretendem salvar o planeta isentando de reduções o maior poluidor mundial?

O segundo maior poluidor mundial, os Estados Unidos, nunca chegou a ratificar o Protocolo de Kyoto. Como pretendem salvar o planeta isentando de reduções o primeiro e o segundo maiores poluidores mundiais?

Na prática…

É impressionante como é possível constatar que a grande maioria dos países envolvidos no problema da emissão de poluentes não possuem nem capacidade nem mesmo vontade de sair do problema. E um dos grandes problemas disso é que nenhum deles ainda consegue ver a si mesmo afetado pelo problema.

Outro fator que impressiona e assusta que é que tratar de percentuais de reduções na emissão dos poluentes nunca irá resolver coisa alguma e muito menos salvar o planeta de grandes danos. Isso poderia no máximo, retardar uma crise mundial de enormes proporções.

Mas esse quadro de crise mundial será mesmo retardado? Seria retardado se hoje 40% das emissões já tivessem sido cortadas tendo como base o ano de 1990. Mas nem mesmo 5% foi cortado. E, seguindo as tendências atuais, 40% de redução jamais será conseguido.

Atrasar o problema e deixá-lo para gerações futuras é uma coisa. Resolvê-lo é outra bem diferente. Por enquanto a única coisa que estamos fazendo é a segunda opção: deixá-lo para as gerações futuras. Mas e resolvê-lo? Seríamos capazes?

A única forma de resolver o problema é a mudança de paradigma. Neste caso em específico, trata-se da mudança total das matrizes energéticas e da mentalidade de produção e consumo. Esquecer completamente os combustíveis fósseis e passar a utilizar as fontes de energias limpas, tais como a energia solar, o vento e o hidrogênio. Seremos capazes disso? Continuaremos a classificar tudo isso como sendo “trabalhoso demais”?

A perspectiva não é nada boa. Kyoto e COP-16 não passam de ilusão. E nós por aqui, ao mesmo tempo que sabemos que continuar utilizando combustíveis fósseis, mesmo que em escala reduzida, é o mesmo que assassinar milhões de formas de vida hoje e amanhã, estamos “orgulhosos” com a descoberta do Pré-Sal.

Infelizmente quaisquer que sejam os discursos política e ambientalmente corretos, quase todos continuam sendo facilmente destruídos pelo brilho nos olhos que surge com o termo “barril de petróleo”.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bactéria Extraterrestre

AlienBacteriaFoi um marketing e tanto. A NASA conseguiu criar uma intensa expectativa nos meios jornalísticos e científicos.

A princípio falou-se que a agência espacial americana teria feito uma nova descoberta sobre evidência de vida extraterrestre. Mas logo as coisas foram ficando mais claras:

Uma descoberta das astrobiologia que terá impacto na busca de vida fora da Terra.

Qual seria a descoberta? Uma bactéria. Onde? Aqui mesmo, em nosso planeta, mais precisamente num lago da Califórnia.

Mas então, por que o alarde? Por que tanto marketing sobre algo contra o qual lutamos diariamente ao comprar amoxicilina sem receita médica? E o que uma bactéria encontrada num lago da Califórnia teria a ver com extraterrestres verdinhos?

Forma de Vida Desconhecida

A bactéria encontrada no lago da Califórnia indica a existência de uma forma de vida até então desconhecida. Ou seja, vida que, para nós, não poderia ser vida.

Até o momento acreditava-se que todas as formas de vida terrestres processavam apenas os elementos a seguir: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo. A bactéria encontrada substitui o fósforo pelo venenoso arsênio, que, em tese, não deveria fazer parte da química da vida como a conhecemos.

Em relação ao que entendíamos por vida (vale lembrar que ainda não chegamos a um consenso sobre esse conceito), surge então a primeira exceção à regra. Se não havíamos definido vida ainda de forma definitiva, essa definição agora, momentaneamente, fica mais difícil.

AstrobiologiaA astrobiologia, ou “exobiologia”, que estuda a origem, evolução, distribuição e o futuro da vida no universo – isso inclui a nós – dá um passo a mais para o aumento da possibilidade de encontrar vida fora da Terra.

O que procurar?

Temos hoje vários desafios que a astrobiologia precisa superar. Um dos principais é justamente saber o que procurar no espaço. Como assim saber o que procurar? Vida é claro! Mas a pergunta que vem a seguir é: que tipo de vida?

Iniciamos nossas buscas procurando sinais de existência de vida semelhante à nossa. E isso não poderia ser diferente pois a vida terrestre, baseada até hoje naqueles seis elementos principais citados anteriormente, é a única que conhecemos e o único referencial de análise e comparação que conhecíamos.

Aí é que entra a importância da descoberta dessa nova forma de vida aqui mesmo na Terra. Com isso percebemos que ainda há muito a descobrir sobre a biosfera oculta em nosso planeta. A vida parece ter se originado não de uma única forma e sim de muitas maneiras diferentes, seguindo trilhas independentes.

Quanto mais abrirmos os olhos para os diferentes arranjos que a vida adotou mais chances teremos também de conseguir identificar evidências de formas de vida extraterrestres quando elas passarem diante de nossos olhos nos exoplanetas já descobertos e ainda por descobrir, além de melhorarmos nossa compreensão de onde realmente viemos.